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Já eram avançadas as horas da noite daquele sábado de muito calor na cidade de São Paulo. O Dr. Rolézio fruía do seu mais que justo dolce far niente doméstico; trajava só bermudas e estirado estava na cama movimentando-se apenas no bocejar do pré sono. O telefone, contudo, deu de berrar. Quem seria naquela hora? […]
A amiga do amigo do conhecido do meio parente da sobrinha da Zélia que era cliente do escritório agendou atendimento com o Dr. Rolézio. Ela se chamava Dolores. Adiantara à secretária apenas que era assunto jurídico sensível. No dia e hora combinados chega a Dolores, mulher mais que quarentona e menos que cinquentona, de fisionomia […]
Na aparência geral, ele sempre expressava cansaço ou alguma perda de viço crônicos, o que não impedia o seu sobressalto de simpatia nem a conversa expansiva. Ademais, trabalhava muito. As manchas de calvice no meio da cabeleira branca deixavam claro que uns bons 60 ou quase isso já tinham passado na trajetória do nosso homem. […]
Tempo houve em que todos iam ao banco. Pagar contas, depositar ou sacar dinheiro, cheques, consultar extrato, etc. Aliás, ia-se demasiado ao banco. Os bacanas, é certo e é igualmente óbvio, iam menos, pois naqueles tempos – pré-internet – havia a profissão de office boy, cujo mister central era justamente o de frequentar as filas […]
Naquela altura da carreira de advogado, o ROLÉZIO já alcançara a OBJETIVIDADE, aquela mania de dizer SIM ao que É, de dizer NÃO ao que não É e dizer que não sabe ao que não se sabe. Aliás, já tinha concluído pós-graduação nessa tal coisa da objetividade: se cometesse algum erro, apontaria sua mão ao […]
Os tempos eram duros lá na ROLÉZIO ADVOGADOS. Apenas o Dr. Rolézio como advogado para dar cabo a um volume de trabalho quase invencível e que seria próprio para, ao menos, dois advogados plenos, senão mesmo três e mais um estagiário. A injustiça ou agonia de alta demanda de trabalho contrastante com o baixo capital […]
Não seriam 09h05 de mais um dia útil. Soou estridente o telefone na sala do Dr. Rolézio, advogado ainda na verdura da profissão e que, com muita firmeza, tem seu escritório no bairro dos japoneses em São Paulo, num “prédio misto”. Faz tempo. Era uma época em que, inclusive, revestimento de papel de parede era […]