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2 comentários

  1. Fabiana Britto Pedroso disse:

    Professor, me parece que a Cosmovisão não exclui o fato, a realidade estrutural do meio material e a influência e, por vezes, até determinação sobre o sujeito, razão pela qual, tal pensamento contemporâneo não deve ser totalmente refutado. Estrutura de poder, de exploração e de subjugação que devemos, como coletividade, superar, tendo em vista que a vida coletiva e , consequentemente, suas relações de caráter político, são inerentes à existência corpórea humana neste Planeta. Será que realmente a educação é capaz de ser alcançada por todos, bastando o sujeito ter vontade manifesta? Me parece que, além dessa boa vontade de cunho moral, espiritual, é preciso também que a este sujeito sejam dadas condições mínimas para tal intento, como o pai e a mãe oferecem o alimento, o abrigo, o afeto, a instrução e demais condições ao filho para que ele, saudável, ao menos de corpo e mente, se eduque e desenvolva suas potencialidades e vocação de forma autônoma. É verdadeiro que tais condições absolutamente não são garantias de sucesso dessa empreitada, mas abrem portas e , às vezes, até mesmo portais (falo por experiência). O fato é que todos nós partimos de pontos muito diversos e, nesse sentido, é que entramos também na esfera pública, coletiva, que deveria se ocupar da equidade e de um certo equilíbrio e, por que não dizer, harmonia? Como o senhor mesmo bem pontua, o Brasil possui uma extensa fieira de órfãos e abandonados, não apenas afetivamente, mas também em condições limítrofes de subsistência física/orgânica, o que, conforme demonstra a neurociência, provocam distúrbios e deformidades cerebrais diversas. No entanto, voltando à nossa Antiguidade Clássica e à era Medial, tempos de grandes pensadores… o que dizer das mulheres, dos servos, dos escravos, dos estrangeiros… que eram postos à margem dessa proposta educativa, sob o pretexto de vontade e determinação divina, sendo-lhes destinados papéis sociais muito definidos, sendo-lhes roubada qualquer chance ao desenvolvimento da singularidade? Penso que, em nosso processo espiritual evolutivo há deveres e responsabilidades no âmbito individual, mas há também no âmbito coletivo, cujas práticas, estruturas e relações devem ser reconhecidas, realizadas e superadas, uma vez que dessas duas esferas é constituída a experiência humana. O desenvolvimento do caráter amoroso é conquista do ser que não pode se apartar do todo. Atribuir, sem critério fático, vitimismo a uma reivindicação fundada em causas e experiências que se repetem ao longo do tempo, que não nos são próprias, é o pior de todos os vitimismos, pois reveste de autonomia, força e vontade, o que é contrariedade. Equidade, amor, resguardo do direito do outro, dever e justiça são vias de mão única à realização do espírito em sua plenitude. Estou gostando muito do curso, professor. Um grande abraço

    • Há quem, nascido na carência, faz muito com pouco e quem, nascido na abundância, destrói tudo, incluindo a si. Riquezas aqui podem ser materiais e espirituais.

      Obviamente, isso não quer dizer que “não se deva assistir” o carente. Contudo, julgar a seletividade, intensidade, oportunidade, etc … do assistencialismo para que ele siga virtuoso e não meio de vício é tema de debate sem fim.

      Vontade é a força de liberdade humana. A maioria renuncia a ela e isso não é “desta sociedade” ou “deste tempo”; é assim historicamente, mesmo sob cosmovisões em que a dimensão social ou o valor da “era de direitos” tinha menos peso.

      Que bom que aprecias o curso. Abraço

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